Nos últimos sete anos, o Brasil registrou, oficialmente, 4,5 milhões de acidentes de trabalho. Desses, 16.900 foram fatais. Os dados estão no site do Observatório Digital de Saúde e Segurança no Trabalho, desenvolvido pelo MPT (Ministério Público do Trabalho).
Esses números tornam ainda mais relevante o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, em 28 de abril. O dia foi instituído pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) em 2001. No Brasil, a Lei 11.121/2005 instituiu também o 28 de Abril como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho
Este ano, a data ocorreu ainda sob impacto do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho (MG), dia 25 de janeiro, que deixou oficialmente 270 mortos. A tragédia é considerada o maior acidente de trabalho já registrado no País.
Para a Médica do Trabalho dra. Maria Maeno, da Fundacentro, “faltam políticas públicas na prevenção de acidentes”.
O Dieese, por meio do ICT, constata piora nas condições de trabalho. Em cada cem mil trabalhadores, seis morrem por acidentes.
Advogado
Antonio Carlos Lacerda, gerente Jurídico do Sindicato dos Hoteleiros de São Paulo (Sinthoresp), observa que a entidade está atenta. Mesmo assim, ocorrem acidentes. “Os funcionários que mais sofrem são os que atuam em fast-foods. Os operadores de chapa se queimam por ficarem expostos a altas temperaturas”, relata.
O presidente do Sintracon-SP (Construção Civil), Antonio de Sousa Ramalho, afirma que a categoria é vítima de muitos acidentes. Ele diz: “Além da omissão patronal, enfrentamos um problema de cultura. Alguns não querem utilizar equipamentos de segurança, achando que só o outro se acidenta. Mas o papel do Sindicato é fazer um trabalho forte de conscientização”.
Base – Sexta, 26, Nildo Queiroz Santos, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região, comandou ato na Komatsu, em Arujá. Lá, em setembro de 2017, morreu o eletricista Emerson Vieira de Souza, de 41 anos. Ele caiu de escada ao fazer manutenção, foi hospitalizado, mas não resistiu e faleceu.
2018 – Nildo cita mais números do Observatório do MPT. “Só neste ano houve 895 mil acidentes, com 78 mil fraturas, 68 mil contusões e 2.600 mortes. Se dividir as mortes em 12 meses, são 230 pessoas que morrem no ambiente de trabalho. Ou seja, tem um Boeing cheio de trabalhador caindo todo mês”.
Mais informações: www.observatoriosst.mpt.mp.br